
Toda construção é um ser vivo, composto de uma anatomia e de uma fisiologia particulares
que conferem, em sua conjunção, características saudáveis ou não ao ambiente.
Características estas que são passadas a seus usuários e moradores interferindo diretamente
em sua qualidade de vida.
A noção de que os espaços interagem com as pessoas e de que esta interação pode ser
saudável ou insalubre é o fundamento da Biologia da Construção, também conhecida por
Geobiologia. Assim, ela pode ser definida como o estudo do impacto das construções sobre a
saúde humana e a aplicação desse conhecimento para a construção ou modificação de lares e
locais de trabalho.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) concebe o termo Habitação Saudável partindo do
pressuposto de que a habitação atua como um agente da saúde de seus moradores. De outro
lado, descreve a Síndrome do Edifício Enfermo como a condição médica em que indivíduos
adoecem sem razão aparente ao habitar ou trabalhar em um dado edifício e que os sintomas
se agravam com o aumento da permanência no mesmo. A OMS considera, ainda, que esta
condição leva a uma severa diminuição da capacidade de trabalho e perda de produtividade.
A Biologia da Construção busca, assim, gerar a Casa Saudável, mantendo sempre seu enfoque
positivo, ou seja, tratando as casas como fonte de saúde e não de doenças.
Seja comercial ou residencial, a habitação torna-se, naturalmente, um espelho de nosso modo
de viver, de nossa personalidade e de nossa alma. O contrário também pode acontecer e
podemos nos tornar reflexos dos lugares que frequentamos